Os editores da Eita! costumam trabalhar juntos para selecionar os textos que compõem a revista.

Temos critérios fixos para fazer a seleção, mas existem temas que fazem um coração bater mais rápido que outro.

Por isso, cada um dos editores escreveu um pequeno texto, abrindo um pouco mais suas inspirações e preferências.

Abaixo, você confere os textos.

Nossos editores

  1. André Colabelli
  2. Vanessa Guedes
  3. Natalle Moura

ANDRÉ COLABELLI

Gosto de Weird, mas a história tem que ter um cerne além de simplesmente ser estranha ou densa.

Gosto de textos em outros formatos (notícia de jornal, manual de instruções, etc) mas a história tem que ter um motivo para estar nesse formato.

Gosto de steampunk e cyberpunk, mas gosto mais ainda de cenários diferentões que nem tenham nome ainda.Não gosto de fantasia medieval, mas pegue a mesma ideia (uma sociedade do passado em que magia e sobrenatural é conhecido) e leve para literalmente qualquer outra época e vou adorar.

Referências

Romances

Ana Cristina Rodrigues — Atlas Ageográfico de Lugares Imaginados

Fábio Kabral — tudo do universo Ketu Três

Eric Novello — Exorcismos, Amores e uma Dose de Blues

Terry Pratchett — Tudo :) mas principalmente os primeiros livros da Morte

Gail Carriger — Protetorado da Sombrinha (e as outras séries no mesmo universo)

Ekaterina Sedia — A Alquimia da Pedra (e The Secret Story of Moscow também)

Susanna Clarke — Johnathan Norrell & Mr. Strange

China Miéville — A Cidade & A Cidade, Estação Perdido

Mais referências (hipster edition):

Max Gladstone — universo The Craft

Jenna Katerin Moran — Magical Bears in the Context of Contemporary Political Theory

The Troika — Stepan Chapman

Shamus Young — The Witch Watch

A maior parte dos textos da coletânea Cidades Indizíveis (Vários autores — Llyr, 2011)

Podcast:

Informe do Almanaque

VANESSA GUEDES

Textos que me provocam uma fisgada no estômago: parece que uma pessoa de verdade rasgou a tela do computador à agulha e bordou a palavra nos pixels. Gosto quando o texto se ajusta macio à trama para retratar um cenário belo (famosa dupla “forma & conteúdo”), ou mesmo melancólico, daqueles que embolam a garganta. Quero que a ficção dê nome para o que eu sinto e não consigo descrever. Quero que a ficção me faça pensar e sentir coisas que nunca pensei ou senti na minha mente, no meu corpo.

Vícios travestidos de monstros, inseguranças disfarçadas de fadas, pequenas magias com grandes propósitos e tecnologias com personalidade são meus pontos fracos como editora (e seus pontos fortes como autor). Assombrações que andam de mãos dadas com personagens pela narração me chamam atenção, assim como a exposição daquelas vontades que todo mundo tem, mas quase ninguém fala.

De um modo prático, o que eu procuro numa narrativa em avaliação:

  • Mudança (interna ou externa) no protagonista entre o início e o final;
  • Conflitos sobre como o mundo externo pode oprimir a individualidade;
  • A descrição de lugares ou personagens como ferramenta narrativa;
  • O uso do estilo sem ser confundido com verborragia e rebuscamento sem propósito.

O que eu adoraria ver numa história especulativa:

  • Debate sobre especismo;
  • Uso de gênero neutro na linguagem;
  • Mundo alternativo que desafia as normas sociais do nosso mundo ‘real’;
  • Não-monogamia;
  • Tecnologia e magia juntas.

Referências

Clive Barker — Blues do Sangue de Porco (conto)

Isabor Quintiere — Filhos de Asher (conto)

Max Beerbohm — Enoch Soames (conto)

Teresa P. Mira de Echeverría — À Sua Imagem (conto)

Thomas Olde Heuvelt — Hex (romance)

Me surpreenda.

NATALLE MOURA

Tópicos que me fazem ler avidamente/double take:Histórias com elementos de um bom romance entre as personagens. Amo histórias fofinhas; emoções bem desenvolvidas; todo o tipo de amor; histórias para se sentir bem e ter fé na humanidade.Histórias de criador e criatura.Piratas! Amo distorções que vão além de navios e caribe, também.

Fantástico. Aquela porta entre o café da rua 20 e o Banco do Brasil estava ali ontem? O Tempo sempre esteve contra você ou ele só tem birra do que aconteceu naquele dia?Contos com uma puxada de tapete/reviravolta – pelamor, tem que fazer sentido e, se não tiver sentido, a ausência dele tem que ser trabalhada também.Histórias de ficção científica em geral. Tecnologia, futuro e variações, alterações de lugares-comuns, tópicos que envolvam a linguagem.

Contos com narradores e/ou personagens incomuns.Contos de horror/terror que não recorram à violência sexual ou gore gratuito.

Referências

Contos

Marina Colasanti

Lygia Fagundes Telles

Clarice Lispector

Machado de Assis

Lima Barreto

Álvares de Azevedo

Edgar Allan Poe

Jorge Luis Borges

Neil Gaiman

Julio Cortázar

Romances

Marina Colasanti

Lygia Fagundes Telles

Clarice Lispector

Graciliano Ramos

Aline Valek

Eric Novello

Nnedi Okorafor

Marie Brennan

Joseph DelaneyJane Austen

Victor Hugo

George Orwell

Neil Gaiman

Philip Pullman

J. R. R. Tolkien

Mary Shelley

Stephen King

Julio Cortázar